No entanto, os cientistas descobriram que há muito mais em jogo nisso do que simplesmente os nossos nervos. Pesquisas recentes, publicadas no Jornal de Psiconeuroendocrinologia revelaram que seu corpo envia sinais para o seu cérebro, e esses sinais afetam a maneira como ele lida com o metabolismo e o estresse; isso pode até mesmo exercer influência sobre seu consumo de alimentos, quando você se encontra sob os efeitos do estresse.
Os pesquisadores descobriram que um receptor de glicocorticóides (composto que funciona como um regulador dos genes, controla as respostas de nosso corpo ao estresse, entre outras coisas) presente no tecido adiposo, orienta o cérebro a regular o equilíbrio energético, ajudando assim a lidar como o estresse.
Portanto, sua gordura corporal está basicamente dizendo ao seu cérebro o quanto você está estressado. Isso pode ter um tremendo impacto em seu corpo.
Veja o motivo: Esses sinais não só regulam a parte do sistema endócrino que controla sua reação ao estresse, mas também muitas funções de seu corpo. Entre elas estão: a digestão, o humor, a sexualidade, o armazenamento de energia e o sistema imunológico. Consequentemente, sua gordura corporal pode afetar você de diversas maneiras, especialmente no que se refere à sua resposta ao estresse.
O coautor da pesquisa e professor de Psiquiatria e Neurociência Comportamental da Universidade de Cincinnati, James Herman, informa à Yahoo Saúde que é possível que o excesso de gordura corporal interfira nos sinais de estresse e leve você a comer muito mais.
Isso também pode criar um círculo vicioso. Herman ressalta que o excesso de peso pode levar muitas pessoas a ter uma imagem negativa do seu corpo, fato que vem a ser um fator de estresse psicológico. Quando o excesso de gordura corporal e o estresse se combinam, o seu corpo pode sentir-se ainda mais estressado — e mais uma vez, ele cede à compulsão alimentar.
Herman afirma que ainda são necessárias pesquisas adicionais para que os cientistas possam determinar exatamente como esse processo sinalizador funciona. Porém, a nova pesquisa revelou que o estresse não está apenas em nossas cabeças: “Essas descobertas nos revelam que o estresse é um problema de todo o nosso corpo,” destaca Herman.
Lamentavelmente, os pesquisadores ainda não sabem dizer se esse ciclo se rompe quando se perde peso. “As células adiposas se expandem e se contraem, e os hormônios do estresse são parte do processo de expansão,” explica Herman. No entanto, ainda não foi comprovado se os hormônios do estresse se reduzem quando você perde peso.
Mesmo que a fome emocional possa ter como consequência o aumento de peso e a obesidade, ela cumpre um papel útil — pelo menos, historicamente falando. “Do ponto de vista evolutivo, a resposta ao estresse está projetada para aumentar os recursos energéticos necessários para encarar ou antecipar um desafio fisiológico”, diz Herman.
Quando nosso cérebro recebe a mensagem de que nós estamos estressados, ele interpreta isso como uma situação de emergência e avisa ao nosso corpo que nós precisamos de mais comida para lidar melhor como essa situação estressante.
Mas, visto que a maioria dos fatores de estresse da vida moderna pertence ao reino dos prazos que temos de cumprir, e nós já não nos dedicamos mais a caçar mamutes, na maioria das vezes, as calorias extras dessa comida que ingerimos sob os efeitos do estresse, acabam acumulando-se em nosso corpo. Como resultado, acabamos ganhando peso e nos sentimos cada vez mais estressados.
Herman reconhece que a fome emocional é um problema para muitas pessoas. Ele diz também que estar consciente dessa comunicação entre a gordura corporal e o cérebro poderia ajudar. Mas ele diz que a chave para vencer essa compulsão (e posterior ganho de peso) é muito simples, basta apenas reduzir os níveis gerais de estresse.
Vocês ouviram isso, células adiposas?
Fonte site https://br.vida-estilo.yahoo.com/post/125754919995/sua-gordura-corporal-fala-com-o-seu-c%C3%A9rebro-veja
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